A força da memória olfativa

Os cheiros e a memória estão intimamente ligados. E não é só pelo resultado de experiências pessoais.

A força da memória olfativa

Postado por: OLFATI Marketing Olfativo
Categoria: Olfati

A memória olfativa pode ser descrita como o momento em que um determinado aroma faz você resgatar do passado, lembranças e sensações boas ou ruins que aconteceram em algum momento da sua vida.

Existe um filme superinteressante chamado “Perfume, a história de um assassino”, é um filme obrigatório para quem gosta de perfumaria. Nele, o personagem principal, Jean-Baptiste Grenouille, tem uma capacidade olfativa extraordinária. Ele consegue criar um perfume como nenhum outro, capaz de despertar os mais primitivos instintos do ser humano.

Imagem: Divulgação/Netflix

A memória olfativa é assim: uma reação subconsciente, visceral até. É o que acontece na cena final do filme.  Instigado pela inebriante fragrância dessa fórmula única,  Grenouille derrama sobre si o líquido do frasco de seu precioso perfume, que é irresistivelmente atraente, e é devorado vivo.

Embora haja muitos exageros cinematográficos, assim como no filme, um aroma pode ser irresistível e colocar as pessoas que o cheiram em uma espécie de transe. É como sentir o aroma de bolo quentinho e começar a salivar antes mesmo que ele saia do forno.

Apesar do drama por trás do desfecho marcante do filme, a mensagem transmitida por ele não poderia ser mais clara: os cheiros têm grande poder sobre nós.

E isso não é só uma especulação dos autores do filme e do livro de Patrick Suskind, que inspirou o longa. Mais à frente vou provar isso a você. Porém, antes disso, vamos entender melhor sobre o mecanismo por trás da memória olfativa?

O mecanismo da memória olfativa

Teoricamente, nós passamos por uma pluralidade de sensações toda vez que sentimos um aroma. Mas a questão vai muito além disso.

Desde 2004, a Universidade Rockefeller, em Nova Iorque, está fazendo estudos em humanos para entender sobre a  influência que os aromas exercem sobre nós.

Um dos estudos feitos por eles mostrou que pessoas lembram de 35% do que elas cheiram. Isso comparado a apenas:

  • 5% de lembrança do que elas veem
  • 2% do que elas ouvem
  • E 1% do que elas tocam

Ainda segundo os estudos, nós conseguimos lembrar de um cheiro durante 1 ano com a precisão de 65%! Isso é muita coisa.

Então quando se trata de cheiros, é certo que temos “memória de elefante”! E estou apenas começando a demonstrar tamanha importância da memória olfativa.

Os cheiros e a memória estão intimamente ligados. E não é só pelo resultado de experiências pessoais. Falando em Biologia, a anatomia do cérebro tem um grande impacto nessa relação.

Quem afirma essa ligação é Venkatesh Murthy, professor e cadeira do departamento de Biologia Molecular e Celular de Harvard.

A memória olfativa pode ser tão impactante, que temos um fenômeno muito conhecido por trás dela. É o enigmático mecanismo de resgatar memórias e sensações através do olfato. Esse fenômeno é chamado de memória proustiana.

Olha só que conceito interessante:

Memória proustiana

A memória proustiana (ou memória involuntária) é um exemplo clássico de memória olfativa, e um ponto de encontro entre Perfumaria, Psicologia e Neurociência.

Uma receita de farinha de trigo, manteiga, ovos, açúcar, aromatizado com casca de limão ou água de flor de laranjeira eternizaram o escritor Marcel Proust na História. Quem fala sobre o Fenômeno de Proust, menciona sobre as Madeleines: uma receita francesa de pequenos bolos aerados.

A famosa história das Madeleines de Proust é um tema comum especialmente para profissionais que pesquisam sobre a memória.

Proust descreve em seu livro de 1913, “Em Busca do Tempo Perdido” (Vol. 1, No Caminho de Swann), como o ato de comer uma simples Madeleine mergulhada no chá desencadeou, de forma súbita e incontrolável, uma memória de infância há muito esquecida.

“O Fenômeno de Proust foi definido de várias maneiras. As definições formais incluem os princípios de que a memória para odores não se deteriora tão rapidamente quanto as memórias para outras modalidades sensoriais, que os odores evocam memórias mais antigas e que as memórias evocadas por odores são mais carregadas emocionalmente.. ”

Com isso, ela está explicando algumas teorias dizendo que:

  • Memórias olfativas são intimamente relacionadas com nosso subconsciente e não temos controle sobre elas.
  • Os odores são gatilhos para despertar memórias antigas.
  • As memórias olfativas sempre possuem algum vínculo emocional.

Essa é a ponte com o marketing que todos nós, profissionais de perfumaria e marketing, buscamos.

Nessa passagem, ele descreve bem detalhadamente como mergulhar sua Madeleine (bolinho francês) em uma xícara de chá fez com que ele fosse transportado de volta para sua infância.

Essa é uma das passagens literárias mais citadas no mundo.

“… Levei aos lábios uma colherada do chá em que deixei amolecer um pouco de Madeleine. Mas no exato instante em que o gole de chá misturado com migalhas de bolo tocou meu paladar, estremeci, atento à coisa extraordinária que estava acontecendo dentro de mim.”

Esse é o poder da memória olfativa materializado. Transportar você do aqui e agora para uma forte lembrança do passado.

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Autor: OLFATI Marketing Olfativo

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