O alecrim é uma erva aromática comum na região do Mediterrâneo e é bastante cultivada para uso culinário, medicinal e na perfumaria. Mas por trás dessa planta tão conhecida popularmente existe muitas crenças e misticismo. Vamos conhecer algumas dessas histórias.
A fama do alecrim como planta de usos mágicos vem desde os tempos remotos. Muitos desses mitos se baseiam no fato de que o Óleo Essencial de Alecrim afasta muitos males, como as traças das roupas e vermes atraídos por corpos em decomposição.
Segundo as crenças populares, o alecrim afasta a inveja, e quando colocado debaixo do travesseiro, afasta os sonhos ruins. Também se acredita que se alguém toca a pessoa amada com o alecrim, o amor dessa pessoa por quem a tocou vai ser eterno.
A palavra alecrim tem origem no termo em árabe al-iklil, que significa “coroa das montanhas”, também é muitas vezes usado para descrever outras plantas como o rosmaninho, que possui características muito similares. Entretanto, estas duas palavras pertencem a gêneros diferentes que apresentam distinções no que diz respeito à flor: rosmarinus (no caso do alecrim) e lavandula (rosmaninho).
A palavra rosmarinus é originária do nome latino “Ros Maris” que significa “Orvalho do Mar”, isso porque a planta crescia espontaneamente à beira mar. O alecrim também ficou conhecido como “Rosa de Maria”, em inglês “Rosemary”, por causa de uma lenda que diz que a Virgem Maria, fugindo de soldados de Herodes, pendurou sua capa num arbusto de alecrim em uma noite e pela manhã as flores brancas tinham-se tornado azuis.
Há também uma lenda de origem cigana que atribui ao alecrim uma característica divina, pois teria aparecido pela primeira vez perto do estábulo onde Jesus nasceu, exatamente no local onde Maria teria jogado a água do banho de seu filho.
Na Grécia antiga, acreditava-se que o alecrim refrescava a memória e fortificava o cérebro, por isso usavam grinaldas com as folhas da planta. Os estudantes gregos tinham o hábito de colocar um ramo de alecrim atrás da orelha para dar boa sorte nos exames escolares. Outros povos da antiguidade reconheciam seu poder de reforçar a memória e por isso a erva era queimada em escolas e universidades.
O alecrim era também associado à lembrança, por isso os gregos e os romanos o associavam ao amor e a morte e seu uso era comum em casamentos e funerais. Em Atenas, colocavam folhas de alecrim nas mãos dos falecidos, como símbolo da imortalidade da alma, e em Roma era queimado para purificar os túmulos dos mortos, casas de doentes e fontes. No Antigo Egito, era usado no processo de mumificação dos mortos.
Shakespeare menciona o alecrim em sua obra “Hamlet”, onde Ophelia diz a famosa frase: “There’s rosemary, that’s for remembrance” (“Aqui está o alecrim, que é para lembrança”). Neste contexto, o alecrim simboliza a lembrança e a fidelidade. A frase de Ophelia tornou-se conhecida como um símbolo de memória e lealdade, associando o alecrim a esses significados. É interessante como Shakespeare atribuiu essa simbologia ao alecrim, reforçando seu poder de representar a memória e a fidelidade em sua obra.
Na Bíblia, o significado da flor do alecrim também é associado à coragem e fidelidade, bom ânimo, confiança e espiritualidade. Como suas flores transmitem um sentido de bem estar, são encontradas muitas vezes em reuniões familiares. Acredita-se que o alecrim cresce bem em um jardim de uma casa feliz com uma família muito hospitaleira.
Violeiros antigos deixavam alecrim dentro dos instrumentos para atrair sucesso e, em certos lugares, colocar alecrim no cabelo de outra pessoa era sinal de afeto. Pessoas o usam como amuleto de sorte e para afastar mau agouro. Em religiões brasileiras de matriz africana, o alecrim é usado com o intuito de afastar influências negativas, fazer defumações e acertos de contas com os santos.
O alecrim foi introduzido nos Alpes pelos monges para ser plantado nos jardins dos mosteiros. Diziam que a planta crescia até a altura de Jesus Cristo aos 33 anos, depois disso não crescia mais apenas tornava-se mais larga.
Na Idade Média, era usado como defumador em dormitórios com pessoas enfermas. Curandeiros e feiticeiras medievais usavam as folhas queimadas sobre brasas para afastar o diabo da casa. A primeira vez que se obteve o óleo essencial do alecrim por destilação foi em 1330, a partir de investigações feitas pelo catalão Ramon Llull, o que popularizou seu uso, passando a ser conhecido como “água da rainha da Hungria”.
Conta-se que em tempos remotos as flores do alecrim eram brancas. Mas tudo mudou quando a Família Sagrada estava em fuga para o Egito, após o nascimento do Menino Jesus.
Segundo a lenda, Maria levava em seus braços o menino Jesus e por todo o percurso belas flores desabrochavam à medida que a família se aproximava, exceto o alecrim que, embora em abundância, não tinha belas pétalas a oferecer.
O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder agradar o menino.
Certo dia, a família parou para descansar e Maria aproveitou a pausa para lavar no rio próximo as roupas do Menino Jesus. Procurou então o arbusto ideal para estendê-las. Alguns eram altos demais, outros muito delicados. Então Maria escolheu o alecrim que, feliz, sustentou as sagradas roupas até que os primeiros raios de sol terminassem de secá-las.
Cansada, Maria parou à beira do Rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-las.
Na manhã seguinte, Maria surpreendeu-se com o delicioso aroma que o alecrim havia impregnado nas vestes. Em agradecimento, Ela abençoou todo o alecrim sobre a Terra dizendo que, a partir daquele dia, haveriam de ostentar belas flores azuis como o seu manto sagrado e levar alegria para todos os povos. Assim nasceu o alecrim de flores azuis.
“Daqui por diante ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não são apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus serão aromáticos. Eu abençoo folha, caule e flor, que a partir deste instante terão aroma de santidade e emanarão alegria.”
A delicada lenda nos inspira a honrar todos os seres, mesmo os mais humildes, pois certamente eles têm algo precioso dentro de si, que precisa apenas da nossa atenção.
Essa expressão virou meme por causa da cantiga infantil com o mesmo nome, em que a planta (alecrim) nasce sozinha no campo, sem ser semeada, por isso, é perfeita. No meme, é usada com ironia e serve para se referir a pessoas arrogantes e de grande ego.
Portanto, quando alguém diz que a outra pessoa é um “alecrim dourado“, ela, na verdade, está se valendo desse sentido figurado com puro sarcasmo para dizer que o alvo da piada se acha melhor do que realmente é. Ou seja, não se trata de forma alguma de um elogio, e sim de uma crítica!
Mas o que é o alecrim dourado que nasceu sem ser semeado? É o alecrim do campo (Baccharis dracunculifolia), uma plantinha medicinal que dá flores amarelas, variedade mais conhecida no Brasil.
Siga nosso Instagram e fique por dentro das novidades que publicamos diariamente sobre o universo da aromatização de ambientes!
Ficou curioso para conhecer todos os produtos da OLFATI? Acesse o site e conheça nosso variado catálogo de produtos e serviços.
Se apaixone pelo Marketing Olfativo!